III Encontro de Integração reúne autoridades e conselheiros em Senhora dos Remédios


26 nov/2014

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A bateria da Escola de Samba Unidos da Horta abriu o encontro com uma apresentação de boas vindas. Os participantes puderam conhecer o samba enredo da escola para o carnaval de 2015, que tem como tema a água. Em seguida, o CBH-Manhuaçu surpreendeu os convidados com um teatro. Os membros do Comitê, vestidos com roupas típicas de cada região, apresentaram as peculiaridades e dados de cada uma das nove bacias dos rios afluentes que formam a Bacia do Rio Doce. Os presidentes dos CBHs; o diretor geral do IBIO-AGB Doce, Ricardo Valory; o diretor de Gestão das Águas e Apoio aos Comitês de Bacia Hidrográfica do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), Breno Lasmar; o coordenador geral do Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas, Affonso Albuquerque e os prefeitos de Senhora dos Remédios e Ressaquinha participaram da encenação e receberam kits com produtos típicos da bacia. O ator mineiro e membro do CBH-Urucuia, Nazareno José Paulino, deu sequência à abertura do encontro com a apresentação do monólogo Carta do ano 2070, que retrata o cenário de escassez de água. Ao final do primeiro dia do encontro, os conselheiros participaram de um coquetel animado pela banda Esfinge.

No segundo dia do III Encontro de Integração, participaram da abertura o secretário executivo do CBH-Doce, Luiz Cláudio Castro; o representante do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), Breno Lasmar e o representante da Agência Nacional de Águas (ANA), Ney Murtha. Segundo Luiz Cláudio, o objetivo do encontro é promover a troca de experiência entre os Comitês e fortalecer as ações desenvolvidas na bacia. “A gente está procurando fazer essa integração funcionar e fazer com que ela tenha resultados efetivos na bacia. Nós já temos bons resultados, mas o objetivo é sempre melhorar”, destacou. Breno Lasmar elogiou a atuação dos Comitês na bacia e ressaltou a importância de se construir Comitês fortes e unidos. “A gente tem que pensar na Bacia do Doce de forma integral, pensar questões que vão ser trabalhadas de forma efetiva.” O representante da ANA deu destaque à evolução dos Comitês da Bacia do Rio Doce desde sua criação. “Vejo uma mudança filosófica, de propor a integração. Foi um processo que deu certo e muitas bacias hoje se espelham na do Doce”, afirmou. Ney Murtha, que também comandou uma apresentação sobre a Bacia Hidrográfica do Rio Doce, provocou os membros com questões ligadas aos Comitês. “A integração está caminhando na direção correta, na velocidade correta? Estamos indo no caminho certo? A entidade delegatária tem correspondido às expectativas?”.

Em seguida, o secretário executivo do CBH-Suaçuí e presidente da Câmara Técnica de Integração do CBH-Doce (CTI), Edson Valgas, falou sobre as ações da Câmara Técnica de Gestão de Eventos Críticos (CTGEC) durante o período de estiagem. “A nova tendência é de que tenhamos períodos de cheia e estiagem muito severos. E isso atinge a todos nós porque vamos lidar com catástrofes geradas pela seca ou pela cheia”, disse. Ney Murtha falou sobre um Grupo de Trabalho, criado pela CTGEC, para monitorar a floração das cianobactérias, formado por representantes do SAAE, Assemae, Copasa, UHE Baguari, ANA, IGAM, AGERH, Ministério Público e Cisabes. Além de avaliar as causas e consequências do aparecimento das cianobactérias na bacia, o grupo irá propor ações de prevenção, controle, mitigação, convivência, etc. Os resultados do trabalho do GT serão apresentados na última reunião ordinária do CBH-Doce, em dezembro. “Ninguém acaba com as cianobactérias. Você convive com ela e diminui os insumos que contribuem para a sua proliferação”, explicou Ney Murtha.

O representante do Instituto BioAtlântica (IBIO Institucional), Thiago Belote, apresentou as ações do Comitê em parceira com os Comitês da Bacia do Rio Doce e destacou a execução do Zoneamento Ambiental e Produtivo (ZAP) da Bacia do Rio Santo Antônio. “O ZAP é uma ferramenta que a gente consegue buscar oportunidades e investimentos para poder executar os programas na bacia”. O presidente do IBIO-AGB Doce, Ricardo Valory, apresentou, em seguida, o andamento dos projetos desenvolvidos pelos CBHs e reafirmou a importância do investimento de recursos na elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico. “Os Comitês foram sensíveis a isso e destinaram grande parte do recurso da cobrança para esse fim”. Ricardo também falou sobre as dificuldades da agência e o que tem sido feito para driblar esses problemas.

Após o intervalo, José Geraldo Rivelli, do Instituto Xopotó, e Reiginaldo Carvalho, do Circuito Turístico Nascentes do Rio Doce, apresentaram as ações desenvolvidas pelas entidades na bacia. José Geraldo destacou o apoio do instituto a pequenos agricultores na preparação de documentos para cadastro no bolsa verde, o cercamento de nascentes e a elaboração de um diagnóstico social, econômico e ambiental e ressaltou a situação das nascentes na região. “Em termos de cursos d’água, menos de 10% estão devidamente preservados”. Reiginaldo falou sobre a relação entre o turismo e a preservação da natureza. “A matéria prima do turismo é natureza e cultura e todos os equipamentos turísticos. Mas se não houver natureza, não há turismo”.

Para fechar o segundo dia do evento, foram apresentadas aos participantes as cartas compromisso dos CBHs do Rio Doce. O objetivo foi divulgar as ações já desenvolvidas e propor metas a serem cumpridas em 2015. Após a leitura, conselheiros e convidados puderam tirar dúvidas, trocar experiências e propor ações através de um debate. Como encaminhamento, foi proposta a elaboração de dois manifestos: um direcionado ao governador do Estado do Espírito Santo, tendo como tema a instituição da cobrança pelo uso da água; e outro falando sobre os entraves na aplicação dos recursos do Comitê para manutenção da estrutura dos CBHs e da Entidade Delegatária. Também ficou definido que o IV Encontro de Integração será realizado na Bacia Hidrográfica do Rio Guandu.

O último dia foi marcado pela visita técnica ao município de Ressaquinha, onde os conselheiros puderam conhecer de perto a nascente do Rio Doce. Como resultado da mobilização do encontro, o proprietário do terreno autorizou a ampliação do cercamento da área da nascente e o plantio de cem árvores no alto do morro, com o objetivo de evitar erosão.